Pesquisa divulgada pelo Instituto Ipsos indica que 53% dos brasileiros declararam uma piora emocional e mental no último ano
Para
mudar esse cenário, Renata Guirau, nutricionista do Oba Hortifruti,
informa a importância do consumo de nutrientes para a saúde da mente
A
pandemia desencadeada pela Covid-19 ascendeu um alerta para a saúde
mental no Brasil. De acordo com o levantamento do Instituto Ipsos,
conhecido como a terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência
de mercado do mundo, 53% dos brasileiros declararam uma piora no
bem-estar mental no último ano. O quadro é preocupante e, também, pode
ser observado em outras regiões.
Os
dados, que foram divulgados em abril de 2021, destacam que o Brasil
ocupa o quinto lugar no ranking de desgaste à saúde emocional e mental,
ficando atrás apenas para a Turquia (61%), Chile (56%), Hungria (56%) e
Itália (54%). Nesse contexto, a alimentação desempenha um papel muito
importante para reverter a situação. Renata Guirau, nutricionista do Oba
Hortifruti, explica que o ser humano precisa de alguns nutrientes para
garantir a produção de neurotransmissores e hormônios que garantem o
bem-estar.
“O
consumo adequado de magnésio, triptofano, vitamina D, vitaminas do
complexo B, proteínas e antioxidantes é fundamental para nossa saúde
neurológica e mental. Além disso, os antioxidantes como licopeno,
presente no tomate e na melancia, os flavonóides dos morangos, o
resveratrol, da uva roxa, são excelentes opções para ajudar na redução
do estresse oxidativo e garantir mais saúde para o nosso sistema
nervoso”, informa.
A
profissional ainda complementa que uma boa alimentação é capaz de
garantir a saúde do intestino, pois esse órgão, em especial, possui uma
grande ligação com o cérebro humano. Portanto, apostar no consumo de
vegetais, probióticos e alimentos que proporcionam o seu funcionamento
adequado tende a trazer resultados positivos.
“Atualmente,
já é bastante conhecida a ligação entre o intestino e o cérebro. Muitas
publicações científicas, inclusive, utilizam o termo ‘segundo cérebro'
para se referir, de forma didática, ao intestino quando o assunto é a
saúde neurológica e mental”, complementa Renata.
Por
outro lado, quando há um grande consumo de industrializados, a saúde
mental pode sofrer gravemente com o hábito. A produção de
neurotransmissores, por exemplo, diminui. O estresse também se eleva e
problemas relacionados à ansiedade podem ser desenvolvidos. Portanto, a
nutricionista aconselha diminuir a quantidade desse tipo de alimento no
cardápio do dia a dia. Excesso de estimulantes, como cafeína, álcool e
açúcares também devem ser evitados.
Aliados do cérebro
De
acordo com Renata, uma alimentação saudável em geral vai sempre
favorecer que todos os sistemas funcionem de forma mais efetiva, atuando
tanto na prevenção de doenças, como melhorando a qualidade de vida.
Confira alguns aliados para a saúde mental indicados pela nutricionista:
Magnésio:
o mineral ajuda na sensação de relaxamento. Pode ser encontrado em
praticamente todos os vegetais e nas sementes, como semente de abóbora e
de girassol, além das castanhas, nozes e amêndoas;
Triptofano: esse
aminoácido faz parte da nossa produção de serotonina e está presente em
todos os alimentos proteicos (carnes, ovos, laticínios e feijões), além
do cacau e da banana;
Vitamina D: a
vitamina precisa ser obtida através da exposição solar. Para isso, o
ideal é mantermos exposição ao sol por 15 a 20 minutos todos os dias;
Probióticos: bactérias
benéficas ao nosso intestino (e à nossa saúde em geral) podem ser
encontradas em iogurtes naturais, coalhadas, kefir e kombucha;
Vitaminas do complexo B:
são fundamentais para toda a saúde do sistema nervoso central. Podem
ser encontradas nas carnes, ovos e cereais integrais, como arroz e
aveia.
Efeitos da pandemia
No
início do mês de agosto, o periódico científico JAMA Pediatrics
publicou uma pesquisa indicando que os sintomas de depressão e ansiedade
entre crianças e adolescentes dobraram desde o começo da pandemia.
Sinais depressivos e ansiosos chegaram a 25,2% e 20,5%, respectivamente.
Antes da Covid-19, o percentual atingia 12,9% e 11,6%.
Além
do isolamento social, Renata avalia que o consumo de alimentos que
possuem baixa nutrição pode estar diretamente atrelada a esses casos -
tanto para crianças, quanto para adolescentes e adultos.
“Estamos
vendo o aumento no ganho de peso de muitas pessoas. A situação de
estresse causada pela pandemia pode, inclusive, ser agravada por maus
hábitos de saúde, como a má alimentação. Em situações de estresse,
geralmente procuramos por mais alimentos gordurosos, açucarados, por
bebidas alcoólicas e acabamos alimentando um ciclo muito prejudicial à
nossa saúde”, informa.
A
nutricionista do Oba Hortifruti ainda alerta que o aumento das doenças
relacionadas à saúde mental, como ansiedade, depressão e fadiga são uma
realidade no mundo todo. E o Brasil, infelizmente, está no topo da lista
dos países com mais aumento nesses problemas de saúde.
“Além
de redução na qualidade de vida, essas condições também favorecem
problemas de relacionamento interpessoal, queda de libido, redução da
produtividade nas atividades de trabalho. O cuidado com nossa saúde, de
um modo geral, garante qualidade de vida a longo prazo e deve ser uma
prioridade”, reforça.
Para
auxiliar na mudança de hábitos alimentares em prol da saúde mental,
Renata indica cinco receitas que podem ser incluídas no cardápio do dia a
dia:
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