quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Saúde mental e trabalho: até que ponto as atividades profissionais podem influenciar as emoções?



Ginasta americana desiste de competir nas Olímpiadas devido ao desgaste emocional


Recentemente presenciamos o caso da ginasta norte-americana Simone Biles, que desistiu de competir nas finais das Olímpiadas de Tóquio e optou por fazer um tratamento para a saúde mental. 


Com o mercado cada vez mais competitivo, o acúmulo de atividades e pressões dentro do ambiente de trabalho pode ser o estopim para o agravamento de problemas psicológicos. 


A busca pela carreira estável e saúde financeira está, muitas vezes, associada ao esgotamento emocional no ambiente de trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de faltas ao trabalho no mundo. 


Segundo Conrado Di Mambro, advogado especialista em Direito Trabalhista, o trabalhador que está doente, com patologias de ordem psíquica, implicando em incapacidade para realizar as atividades. “Sendo que os 15 primeiros dias ficarão a cargo da empresa e após o 16º dia, o empregado deverá receber o benefício previdenciário”, diz.


Outro aspecto importante é identificar se a doença decorre ou não do trabalho, ou seja, se pode ser considerada ocupacional ou não. “Se a enfermidade estiver vinculada ao trabalho, ou dele decorrer, em tese, o empregador pode ser responsabilizado pelas despesas e custos que o trabalhador tiver, bem como à reparação por eventuais danos morais”, conclui Conrado. 


A adoção de medidas necessárias para redução dos riscos à saúde dos seus empregados, propiciando um ambiente de trabalho seguro e saudável, é essencial para evitar casos dessa natureza. Para o psicoterapeuta Gustavo Cury, na cultura brasileira, a saudade mental não é tão cuidada quanto a saúde orgânica. “O emocional é tudo. É o que nos rege. O sistema psicológico tem uma base orgânica e tem limites”, afirma.


 “A sobrecarga e o volume de trabalho podem alterar o temperamento da pessoa. Isso se dá também em conjunto com a qualidade de vida, sono e alimentação. Se não for cuidado pode virar um transtorno burnout. 


“O esgotamento é preocupante e o repouso ajuda na recuperação. Em um caso mais severo como a depressão é plausível fazer uma revisão de condutas. Na suspeita de cada um dos casos é recomendada ajuda profissional”, conclui. 

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