´’É um ciclo virtuoso para a economia", avalia o tributarista Ângelo Peccini
O
Senado aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2021, que aumenta
o limite de faturamento para o microempreendedor individual (MEI),
passando de R﹩ 81 mil para R﹩ 130 mil. Se aprovadas na Câmara, as novas
regras, que entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2022,
devem impactar cerca de 11 milhões de CNPJs.
Para Ângelo Peccini Neto, especialista em Direito Tributário, sócio do Peccini Neto Advocacia, esse
impacto será
extremamente positivo. Ele explica que o limite de R﹩ 81 mil compromete o
faturamento e o investimento do MEI. "Como está, o ganho mensal
não pode ultrapassar R﹩ 6.750,00. Para investimento em produtos e
insumos é ainda menor, R﹩ 5.400,00, uma vez que o limite para isso
é de 80% da receita anual". Peccini lembra que, com o aumento dos preços
dos produtos e insumos, o fato de o microempreendedor individual
ultrapassar esse limite não significava necessariamente que ele também
tenha aumentado seu lucro. "Desse modo, além de oportuno, um
faturamento maior fará com que mais empresários sejam enquadrados como
MEI", completa o advogado.
O
projeto também prevê a contratação de dois empregados pelo
microempreendedor. Atualmente, o MEI só pode contratar um funcionário.
Peccini entende que essa mudança vai refletir diretamente na redução do
desemprego e na formalização do trabalho. "Hoje, é comum
encontrarmos MEIs com mais de um empregado e apenas um deles de forma
regular. Essa alteração vai aumentar as vagas de trabalho formais,
refletindo na redução do desemprego".
As
mudanças propostas no PLP 108/2021 também vão diminuir as despesas com
impostos. Com o aumento do limite, empresários poderão sair da
condição de Microempresa (ME) e se enquadrar como MEI, pagando um pouco
menos. Peccini avalia que essa aparente perda de receita do poder
público poderá ser revertida num ciclo virtuoso para a economia. "Isso
resultará numa pequena redução de arrecadação. Contudo, ela
será compensada com mais empregos e mais renda, contribuindo
positivamente para o desenvolvimento da economia", conclui.
FONTE:
Ângelo Peccini Neto é
advogado, com especializações nas áreas de Direito Tributário,
Constitucional, Empresarial e em Contabilidade, Auditória e Gestão
Tributária. Também possui formação em Relações Internacionais e
é sócio-fundador da Peccini, Werner e Apoliano Advocacia (PWA Law). É
Diretor Jurídico e de Educação da Associação dos Jovens
Empresários de Roraima (AJE-RR) e foi presidente da Comissão da Jovem
Advocacia da OAB - seção Roraima (2016-2018), da Comissão
Nacional em Defesa da República e da Democracia do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil (2016-2018).
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