quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Joanete tem média de nove casos entre as mulheres para cada homem

 


Principal causa é o uso de calçados inadequados; ABTPé explica como prevenir

Salto alto, bico fino. Essas são as características de calçados que estão entre os preferidos das mulheres, porém, o uso frequente pode desencadear problemas, como o famoso joanete, saliência óssea que pode causar dor para caminhar e/ou ao utilizar calçados fechados. A patologia atinge 30% da população, sendo 10 vezes mais comum em mulheres - média de nove casos entre o público feminino para cada homem.

Também atendendo pelo nome de hálux valgo, o joanete é um desvio ósseo que ocorre na parte interna do pé. “A principal causa do desenvolvimento de joanetes é o uso de calçados inadequados que apertam os pés, mas também podem ser causadas por doenças inflamatórias, como artrite reumatoide e gota, além de herança genética”, explica o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo.

O especialista pontua que existem tratamentos com a modificação do padrão do calçado, com o intuito de diminuir a dor. “Em alguns casos, pode ser necessário o tratamento cirúrgico, mais por motivos clínicos que estéticos, para realinhar a articulação e restaurar o funcionamento”, destaca.

Para prevenir o joanete, o presidente da ABTPé salienta que é importante usar calçados confortáveis, que distribuam o peso do corpo de forma equilibrada nos pés. “Quem usa sapatos de salto e/ou bico fino deve alterná-los com sapatos baixos e de bico largo algumas vezes durante a semana. Também é relevante lembrar que, quanto mais alto o salto, maior a sobrecarga na parte da frente do pé”, ressalta o médico.

Dr. Sanhudo salienta, ainda, a importância de procurar atendimento médico no início dos sintomas, quando o quadro é mais fácil de controlar. “Ao perceber qualquer anormalidade, procure um especialista, pois muitas vezes, a progressão de uma deformidade, identificada no início, pode ser solucionada com orientações adequadas”, conclui.

 

Problema de longa data

Um estudo recente, realizado pelo departamento de arqueologia da Universidade de Cambridge constatou, ao analisar 177 esqueletos dos séculos 11 a 15 enterrados nos arredores do local, que 27% desses que datam dos séculos 14 e 15 sofriam com joanetes, comparado a 6% nos que datavam entre os séculos 11 e 13.

Os chamados poulaines, sapatos pontudos de couro, eram o ápice da moda no Reino Unido do século 14 e o problema pode ser atribuído ao seu uso.

Ainda segundo o estudo, cerca de 52% dos indivíduos com joanetes nos pés contavam com, pelo menos, uma fratura. Os pesquisadores pontuaram que a deformidade provocada pelo joanete causa o desequilíbrio e aumenta o risco de quedas em pessoas de mais idade.

A pesquisa completa foi publicada na revista científica International Journal of Paleopathology.

 

Sobre a ABTPé

A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) foi fundada em 1975 com a missão de unir a classe médica na especialidade, além de estimular o intercâmbio de informações científicas, fomentando a educação continuada entre os especialistas de pé e tornozelo no Brasil. Também tem a responsabilidade de esclarecer a população sobre os temas relacionados à especialidade.

A ABTPé está à disposição para informações e entrevistas sobre a saúde e cuidados com os tornozelos e pés, trazendo esclarecimentos sobre diversos temas, como acidentes nos esportes com lesões, acidentes domésticos com lesões, deformidades, pé diabético, cuidados com o uso de saltos altos, joanetes, fascite plantar, cirurgia plástica nos pés, esporão do calcâneo, calos e calosidades, metatarsalgia, neuroma de Morton, gota, artrite, entorse, fraturas, entre outros.

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