Quem
se depara com a definição de uma doença rara não imagina o impacto que
esse grupo de enfermidades apresenta na sociedade. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde e a Política Brasileira de Doenças Raras,
são consideradas raras as doenças que afetam menos de 65 pessoas entre
100 mil indivíduos1,
mas, quando observados em âmbito global, os números ganham proporções
expressivas, afetando a vida de mais de 300 milhões de pessoas - 13
milhões delas brasileiras².
Estima-se
que existam entre seis e oito mil doenças raras no mundo, 85% delas
decorrentes de fatores genéticos e, as demais, de causas ambientais,
infecciosas, imunológicas3,
o que reforça a importância do incentivo à investigação sobre a
hereditariedade familiar e sobre sintomas que podem parecer comuns, mas
apresentam progressões contínuas.
Degenerativas,
crônicas, progressivas e incapacitantes, grande parte das doenças raras
ainda não possui cura e pode, até mesmo, levar o paciente à morte. Mas
esse cenário pode ser transformado por meio do diagnóstico e o
tratamento precoce, capazes de aliviar sintomas e melhorarem a qualidade
de vida do paciente, evitando ou retardando comprometimento das funções
do organismo. Para isso, é preciso combater um grande problema
encontrado no enfrentamento das doenças raras: a desinformação.
De
acordo com a pesquisa “Doenças Raras no Brasil - diagnóstico, causas e
tratamento sob a ótica da população”, realizada pelo IBOPE Inteligência a
pedido da Pfizer em 2020, três a cada dez brasileiros desconhecem o que
são as doenças raras. Dúvidas sobre a importância do
diagnóstico precoce e sobre a oferta de tratamentos gratuitos também
foram evidenciadas pelo estudo, que foi aplicado a 2 mil brasileiros, a
partir dos 18 anos de idade, nas regiões do Rio de Janeiro, Fortaleza,
Salvador e Porto Alegre. Em São Paulo, a amostra de entrevistados foi
colhida na capital.
Quase
metade dos entrevistados (42%) não sabe se identificar precocemente uma
doença rara pode fazer diferença na qualidade e no tempo de vida dos
pacientes e cerca de um a cada cinco acredita, erroneamente, que "o
diagnóstico precoce não faria diferença para as doenças raras, uma vez
que a maioria dessas enfermidades não tem cura".
A
diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine, reforça que, com um
diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível controlar o
quadro clínico e ter uma vida com qualidade: "a maioria das doenças
raras progride com o passar do tempo, apresentando um aumento na
intensidade dos sintomas e um risco maior de levar o paciente a um
quadro de incapacidade. Por isso, é preciso conscientizar a população a
respeito da importância do diagnóstico precoce. Muitas vezes, ao
identificar a doença logo após os primeiros sintomas, o médico consegue
promover benefícios significativos, como o retardo do avanço da doença e
a prevenção de danos irreversíveis".
A
pesquisa ainda apontou desconhecimento a respeito do tratamento das
doenças raras no Brasil. Quase um terço dos participantes (28%) não tem
nenhuma informação sobre o assunto, enquanto um a cada cinco acredita,
de forma equivocada, que nenhum dos tratamentos disponíveis no Brasil
seja oferecido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Para alguns,
ainda existe a crença de que é possível tratar doenças raras apenas fora
no Brasil, em países da Europa ou nos Estados Unidos, como mostra a
tabela abaixo:
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