Estudo prevê 6 milhões de toneladas de grãos a serem escoadas pela Ferrovia Centro-Atlântica
O
agronegócio é um dos motores da economia brasileira e já mostrou
resiliência e sua importância mundial, nos últimos anos, com safras e
exportações
recordes. Atenta a esse cenário, a VLI, controladora da Ferrovia
Centro-Atlântica (FCA), executa um plano de desenvolvimento territorial
sustentável para aumentar a área agrícola de Minas Gerais, Goiás e
Bahia. Com o fomento da atividade, a previsão é elevar
o volume de cargas que circulam na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) em
direção aos portos do Espírito Santo.
“Esse
projeto vai fortalecer a operação do corredor Centro-Leste e gerar
novos volumes no médio e longo prazo. Temos a estrutura pronta para
atender
e a possibilidade de ampliar nosso serviço conforme a demanda. Com a
renovação antecipada da concessão da FCA, o Centro-Leste receberá
investimentos de R$ 4 bilhões, resultando em um grande ganho de
eficiência no transporte ferroviário de cargas na região”,
afirma Marlon Tadeu, gerente geral de Planejamento da VLI.
Até
o momento, a VLI investiu R$ 2,7 milhões no processo. Os testes e ações
de fomentos são conduzidos pela Companhia de Promoção Agrícola – CPA
(CAMPO).
O projeto pode revolucionar as regiões Norte e Noroeste de Minas Gerais
dinamizando a cadeia de produção. A base da iniciativa é a utilização
do pó de rocha (ou pó de basalto) como fertilizante natural para o solo.
Os basaltos são rochas silicáticas de origem
vulcânica, de ampla distribuição no país.
O
Triângulo Mineiro concentra grande incidência desse tipo de material.
Essas rochas podem contribuir para a reconstrução da produtividade dos
solos.
“Já identificamos pedreiras em Goiás que comercializam o item. Estamos
apoiando interessadas de Minas Gerais na oferta do pó de basalto. Essa é
uma das frentes de trabalho. É possível que no próximo ano tenhamos o
início do processo em uma escala maior”, aponta
Marcos Ramos, engenheiro agrônomo e consultor de projetos na Campo.
Uma fronteira agrícola à vista
Para
o engenheiro agrônomo, ex-ministro da Agricultura e considerado o “pai
da agricultura moderna brasileira”, Alysson Paolinelli, o uso dessa
técnica
será uma transformação importante para o Brasil garantir a segurança
alimentar global. “As projeções mundiais de aumento da população e da
demanda por comida mostram que precisamos mais do que duplicar a nossa
safra atual. O país tem essa responsabilidade
e práticas como essa vão aumentar a eficiência do agricultor”, explica.
A
logística favorável para o basalto da região de Uberlândia, no
Triângulo Mineiro, associada a uma demanda a ser construída no Noroeste e
Norte de
Minas Gerais, Sul da Bahia e Leste do Goiás resultam em um mercado
potencial de 10 milhões de hectares para a produção de grãos. A
remineralização do solo pode aumentar o espaço de cultivo.
“Com projeções conservadoras seria possível adicionar 6 milhões
de toneladas na produção agrícola nacional em um período de cinco anos”,
estima Eduardo Calleia, consultor em agronegócio.
Além
da movimentação dos grãos do interior até o litoral capixaba, o projeto
viabiliza a comercialização e o fluxo do basalto dentro do estado.
Estudos
estimam que a cada um milhão de hectares incorporado, há uma geração de
R$ 5 bilhões em receitas divididos entre a a produção agrícola,
empregos, aquisição de máquinas e logística.
De Minas até o mar pelos trilhos
A ferrovia é o
modal mais adequado para transportar grandes volumes em longos trechos.
Por meio da FCA, parte da produção de Minas Gerais, São Paulo, Mato
Grosso e Goiás chega até o litoral. A nova produção agrícola
terá um escoamento eficiente até o Espírito Santo contando com a
estrutura dos terminais integradores de Pirapora e Araguari.
Suporte ao agro
Uma alternativa
que pode vir a ser estudada futuramente para fortalecer esse projeto é a
extensão da malha da FCA da cidade de Pirapora até Unaí, conectando
Norte e Noroeste mineiros, gerando atratividade para empreendedores
logísticos do agronegócio. Para isso, uma opção poderia ser a adoção de
novos formatos em discussão atualmente, como o modelo de autorização
previsto no Projeto de Lei 261, o novo Marco Legal das Ferrovias. A
proposta resultaria, ainda, na ampliação do terminal
de Pirapora. A unidade, que integra rodovia e ferrovia, é um exemplo de
fomento ao agronegócio regional. Há 10 anos, a VLI inaugurou o ativo
após recuperar 150 quilômetros da FCA entre Corinto e Pirapora. O
terminal movimenta cerca de um milhão de toneladas
de grãos anualmente. Entre 2008 e 2018, a área produtiva nas regiões
Norte e Noroeste saltou de 340 mil para mais de 700 mil hectares.
“Projetos como
esse têm a capacidade de revolucionar as regiões. Aumenta a produção,
gera empregos, melhora a qualidade de vida das pessoas e estimula toda
uma cadeia de fornecedores”, Eduardo Calleia.
Sobre a VLI
A VLI tem o compromisso de contribuir para a transformação da logística no país, por meio da integração de serviços em portos, ferrovias e terminais. A empresa engloba as ferrovias Norte Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA), além de terminais intermodais, que unem o carregamento e o descarregamento de produtos ao transporte ferroviário, e terminais portuários situados em eixos estratégicos da costa brasileira, tais como em Santos (SP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Escolhida como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar pela revista Você S/A pelos últimos cinco anos e a primeira colocada do segmento de Logística e Transporte em 2019, a VLI transporta as riquezas do Brasil por rotas que passam pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
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