Segundo os protocolos sanitários, há casos de hipertensão em que a pessoa deverá ser vacinada. O cardiologista Dr. Roberto Yano orienta os brasileiros a procurarem seu médico o quanto antes para serem avaliados para que recebam o laudo para a vacina.
Diversas cidades brasileiras estão vacinando pessoas portadoras de algumas comorbidades contra a Covid-19. Dentre as enfermidades que fazem parte desta lista, a hipertensão é uma delas. Porém, isso não quer dizer que qualquer pessoa que esteja com pressão alta já pode ser imunizada.
Segundo determinação das autoridades sanitárias, as pessoas que possuem doenças como diabetes, obesidade mórbida, cardiopatias e pneumopatias graves, devem ser vacinadas. Com relação à hipertensão, nem todo paciente tem a prioridade da vacina nesse momento. As restrições se justificam pois há diferentes quadros de hipertensão, que vão desde a mais leve até aquelas que requerem um criterioso e intenso cuidado médico.
Ou seja, ser hipertenso não garante que você será vacinado agora, observa o médico cardiologista Dr. Roberto Yano. “Muitas pessoas estão procurando os profissionais de saúde em busca de atestados médicos que confirmem o quadro de pressão alta. Só que nem todos se enquadram nos critérios estabelecidos para receber o imunizante”, observa.
Além de tudo isso, bom senso é fundamental, reforça o médico. “Mesmo entre os hipertensos, existem as prioridades. Nesse momento a vacina é prioridade para portadores de hipertensão arterial resistente, que são aqueles que mesmo com 3 medicamentos anti-hipertensivos, mantém níveis descontrolados de pressão arterial e para aqueles que necessitam de 4 ou mais fármacos para o controle pressórico. Outro grupo de hipertensos que se enquadram como prioridade são os hipertensos de estágio 3, são aqueles que estão com a PAS ≥ 180 mmHg ou a PAD ≥ 110 mmHg. Por fim, também são prioridades os pacientes com hipertensão, e que já possuem lesão de órgão-alvo e/ou comorbidades. Portanto é necessário passar por uma avaliação criteriosa para saber se o seu quadro realmente se enquadra nos requisitos colocados pelas autoridades sanitárias.”
Vale lembrar que um atestado não é um documento qualquer, e daí a seriedade da situação. “Segundo o Código de Ética, em seu artigo 80, nenhum médico pode emitir relatório sem confirmar a veracidade daquelas informações”. Também é importante que o paciente procure o médico que o acompanha para uma avaliação clínica, observa Dr. Yano: “Não adianta a pessoa ter apresentado um quadro hipertensivo há um ou dois anos e acreditar que aquilo vai lhe garantir o direito de ser vacinada. É preciso que o cardiologista reavalie o quadro atual e defina qual é a situação do paciente neste momento. Assim, será possível saber se ele poderá ser imunizado ou não”.
Diante deste cenário. Dr. Roberto Yano recomenda uma boa conversa entre o paciente e o médico. “É completamente compreensível que as pessoas queiram receber a vacina logo. Porém, é preciso respeitar as determinações e seguir as regras. É o melhor a ser feito nesse momento em que falta vacina para todo mundo. Tudo vai depender de cada um de nós. Num mundo ideal todos já deveriam estar imunizados, mas no momento não temos vacinas o suficiente, infelizmente”, finaliza.
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