A
carga viral (quantidade de cópias do vírus) detectada nas amostras de
esgoto oriundo de Belo Horizonte (MG) voltou a subir nas duas primeiras
semanas
de fevereiro, segundo o
Boletim
de Acompanhamento nº 31 do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos,
divulgado nesta sexta-feira, 19 de fevereiro. A quantidade de cópias do
vírus detectada nas coletas entre 1º e 12 de fevereiro foi de cerca de
28 trilhões de cópias por dia. Isso equivale a aproximadamente 50% acima
da carga observada no mês mais crítico da
pandemia na capital mineira, julho de 2020, quando foram registradas 18
trilhões de cópias.
Segundo o Boletim nº 31, o aumento da carga viral em Belo Horizonte pode estar relacionado à retomada gradativa de atividades não essenciais a partir de 1º de fevereiro na cidade. “Sendo assim, cumpre reforçar a importância de medidas de prevenção e controle, tal como o isolamento social, para redução da disseminação do vírus no município”, alerta o documento.
Levando em conta a metodologia adotada a partir do Boletim nº 29, a estimativa da população infectada passa a ser considerada por faixas mínima, média e máxima. Nesse sentido, o Boletim de Acompanhamento nº 31 estima que a população total infectada em Belo Horizonte seja respectivamente de 170, 230 e 315 mil pessoas com base nas faixas.
Os resultados das amostras de esgotos coletadas durante todo o projeto estão acessíveis no Painel Dinâmico Monitoramento
COVID Esgotos (dashboard) em: https://bit.ly/dashboard_covid_esgotos.
Sobre o projeto-piloto
O
projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a
presença do novo coronavírus nas amostras
de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento
sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias
hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim é possível gerar
dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada
de decisão.
O
trabalho é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado
entre a ANA e o INCT ETE Sustentáveis/ UFMG.
Com a continuidade dos estudos, o grupo pretende identificar tendências
e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas
para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus.
Os
pesquisadores participantes no estudo reforçam que não há evidências da
transmissão do vírus através das fezes
(transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os
esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os
dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce
para novos surtos, por exemplo.
Com
os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo
coronavírus por região, o que pode direcionar
a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento
social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento
de incidência da COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de
decisão pelos gestores públicos.
Sobre os parceiros do projeto-piloto
ANA
Criada
pela Lei nº 9.984/2000, a ANA é a agência reguladora dedicada a
implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e
coordenar
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com
a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº
14.026/2020, também cabe ao órgão editar normas de referência para a
regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
Esse
trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e
planejamento de recursos hídricos. Além disso, a Agência Nacional de
Águas
e Saneamento Básico emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em
especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União –
interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a
responsável pela fiscalização da segurança de barragens de
usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.
INCT ETEs Sustentáveis/UFMG
O
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de
Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda
questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em
desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças
estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a
partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções
tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e
transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e
empresariais.
IGAM
Criado
em 1997, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é vinculado à
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável. Integra o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SINGREH) na esfera federal. Na estadual, faz parte do Sistema
Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA). Entre as
responsabilidades do IGAM estão a proteção, gestão
e controle dos recursos hídricos; monitoramento da qualidade da água;
autorização e acompanhamento de obras que interferem nos cursos d'água;
emissão de alertas de tempestades; fiscalização, monitoramento e
elaboração de relatórios técnicos.
COPASA
Criada
pelo Estado de Minas Gerais, em 1963, com a denominação Companhia
Mineira de Água e Esgoto (COMAG), em 1974, com a incorporação
do Departamento Municipal de Águas e Esgoto (DEMAE), teve o nome social
alterado para Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).
Com
sede em Belo Horizonte, a Companhia é uma sociedade de economia mista,
de capital aberto, controlada pelo Governo do Estado
de Minas Gerais, que tem como objetivo planejar, projetar, executar,
ampliar, remodelar, administrar e explorar serviços públicos de
abastecimento de água e de esgoto, podendo atuar no Brasil e no
exterior. Atualmente, a COPASA detém a concessão do sistema
de abastecimento de água de 641 municípios, sendo que destes, também,
detém a concessão do sistema de esgotamento sanitário de 311 municípios
mineiros.
SES-MG
A
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é responsável
pela gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo
o Estado. Além disso, uma das metas da SES-MG é apoiar os municípios no
processo de planejamento, fortalecimento e gestão do SUS para o
desenvolvimento de políticas de saúde focadas no cidadão e em
consonância com as especificidades regionais, com transparência
e participação social. Para outras informações sobre saúde, acesse: www.saude.mg.gov.br.
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