Óbitos de pessoas mais jovens e que ainda não
receberam imunização foram as únicas faixas etárias que
registraram crescimento absoluto e percentual superior a 50% no número
de mortes no mês de abril em relação à média no período da
pandemia.
O
aumento percentual de mais de 50% no número de óbitos por Covid-19 de
pessoas mais jovens, na faixa etária entre 20 e 59 anos e, um pouco
menor, na faixa dos 60 aos 69 anos, contabilizados pelos Cartórios de
Registro Civil do Brasil no mês de abril, o pior desde o início da
pandemia em Minas, são claros em apontar que a vacinação em massa de sua
população é o melhor caminho para a crise de saúde pública
causada pelo novo coronavírus.
Ainda aguardando o cronograma de vacinação para suas idades em Minas
Gerais, a população mais jovem viu crescer os números absolutos e
percentuais de óbitos em abril, mesmo quando comparados a março deste
ano, que até então tinha sido o mês com maior número de mortes
causadas pelo novo coronavírus no Estado, e também em relação à média de
mortes de sua faixa etária desde o início da
pandemia.
Os
dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio),
base
de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e
óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País,
administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas
Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo
Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios
cartórios brasileiros.
Em
Minas, a faixa etária que registrou o maior percentual de aumento em
relação à média desde o início da pandemia foi a da população
entre 30 e 39 anos, com crescimento de 67% no número de óbitos em abril
na comparação com o período que vai de março de 2020 a março
de 2021. Os números absolutos de falecimentos desta faixa etária também
aumentaram em abril, passando de 290 em março para 382 no
último mês.
Na
sequencia, a faixa etária que vai dos 20 aos 29 anos viu o aumento do
número de óbitos crescer 54% em relação à média para esta faixa
etária desde o início da pandemia. O crescimento também se deu nos
números absolutos em relação a março, passando de 68 para 108. O
mesmo aconteceu com a faixa etária dos 40 aos 49 anos, que também teve
um aumento percentual de 54% nos óbitos e nos números absolutos
de falecimentos em relação a março, passando de 621 para 759. Outra
faixa etária que registrou crescimento foi a de pessoas entre 50 e
59 anos, com óbitos aumentando 45% em relação à média desde o começo da
pandemia, com óbitos passando de 1.180 em março para 1.418
em abril.
Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, a população entre 60 e
69 anos registrou aumento de mortes de 28% em relação à
média desta idade no período, e um aumento de falecimentos passando de
1.994 em março para 2.327 em abril. Pessoas com idade entre 70 e
79 anos, que começaram a ser imunizadas no último mês no Estado,
registraram um aumento de mortes de 4% e um aumento de falecimentos que
passou de 1.994 para 2.310. Nas demais faixas etárias, já imunizadas com
a segunda dose da vacina, o número de óbitos caiu em relação
à média desde o início da pandemia, reduzindo 48% entre 80 e 89 anos, e
62% na população entre 90 e 99 anos.
Ranking Estadual
Minas Gerais registrou aumento de óbitos acima da média nacional nas
faixas etárias entre 20 e 29 anos e 30 e 39 anos, totalizando
crescimentos de 67% e 54% respectivamente, enquanto no Brasil estes
crescimentos foram de 38% e 56%. Já a população com idade entre 40 e
49 anos e 50 e 59 anos do Estado registram falecimentos abaixo da média
nacional, com 54% e 45% respectivamente, enquanto os números
nacionais apontaram crescimento de 57% e 54%.
Todos os Estados brasileiros registraram aumento de óbitos na faixa
entre 40 e 49 anos na comparação com a média desta idade desde o
início da pandemia e 15 deles estiveram acima da média nacional. À
frente deste ranking está o Rio Grande do Norte, que registrou
aumento de 154%, seguido por Santa Catarina, aumento de 118%, Sergipe,
crescimento de 101%, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, aumento
de 94%. São Paulo e Rio de Janeiro, com 66%, e Distrito Federal, com
58%, também estiveram acima da média nacional.
Já na faixa etária entre 30 e 39 anos, 22 Estados registraram
crescimento em abril em relação à média do período, sendo que 12 deles
acima da média nacional. Os aumentos foram maiores nos Estados do Mato
Grosso do Sul (103%), Goiás (97%), Rio Grande do Norte (94%), Mato
Grosso (92%) e Distrito Federal (90%). A lista tem ainda Paraná (75%),
São Paulo (73%) e Rio de Janeiro (59%).
Na
última faixa com crescimento nacional acima de 50%, entre 50 e 59 anos,
novamente todos os Estados brasileiros registraram crescimento,
sendo 16 deles acima da média nacional. Os maiores aumentos foram nos
Estados do Rio Grande do Norte (152%), Pará (105%), Rio Grande do
Sul (80%) e Acre (73%). O Paraná registrou aumento de 59%, Distrito
Federal, de 58%, São Paulo, de 56%, e Rio de Janeiro de 54% nesta
faixa etária.
Sobre a Arpen-Brasil
Fundada em setembro de 1993, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil)
representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, que
atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os
principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o
casamento e o óbito.
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