Atualmente, um dos principais problemas da sociedade está na mobilidade urbana, com a dificuldade de deslocamento, segurança no trânsito, qualidade dos transportes disponíveis para a população, falta de infraestrutura e na deficiência do planejamento e gestão. Porém, esses não são os únicos déficits e um dos motivos deste cenário ter prevalecido está em um contexto histórico.
O surgimento das cidades, que teve início na Mesopotâmia, e no desenvolvimento delas estava apoiada unicamente em interesses comerciais e políticos. Entretanto, do ponto de vista estético e funcional, até hoje há gargalos na infraestrutura urbana, planejamento da construção de rodovias e sistema viário, na canalização de esgoto, na distribuição de fontes naturais de água e energia, entre outros. Por isso, a tecnologia tem, hoje, um papel fundamental para as tendências que guiarão o mercado e a manutenção e desenvolvimento urbano - o que reflete no futuro das cidades e da própria mobilidade.
Segundo a Consultora Market and Markets, o mercado global das cidades inteligentes, estimado em US$410 bilhões, deve dobrar de tamanho nos próximos quatro anos, chegando a US$ 820 bilhões, em 2025. Com o setor aquecido, devemos assistir cada vez mais novas soluções do ponto de vista tecnológico, que devem trazer soluções que vão além da mobilidade, chegando a melhorar outros setores do ponto de vista da logística, sustentabilidade, segurança e gestão.
Entre os exemplos do que vem sendo desenvolvido estão o lançamento de carros movidos à energia elétrica, novos meios de transporte, aplicativos para o compartilhamento de viagens, utilização de bicicletas elétricas, contadores nos semáforos, sensores de sono para motorista, entre outros.
Já no ponto de vista das empresas, uma solução que pode ajudar a melhorar o cenário do trânsito é a do fretamento corporativo. Por mais antiga que seja a prática, há cada vez mais novas tecnologias que aperfeiçoam o seu funcionamento e dão benefícios para as cidades, para os setores de RH e também para colaboradores.
No pilar econômico para as empresas, o fretamento inteligente consegue reduzir rotas, atender mais colaboradores e reduzir custos. Um levantamento recente feito pela BusUp revelou que 25 funcionários que usam vale transporte desnecessariamente podem custar R$125 mil à empresa em um ano.
Do ponto de vista de população e acidentes no trânsito, como um ônibus é capaz de aproveitar 22% mais os espaços na cidade, a utilização do fretamento pode significar, a longo prazo, menos volume de carros para as cidades e, consequentemente, redução no índice de acidentes de trânsito e de emissão de gases. No Brasil, o transporte é o maior emissor de CO2 do setor energético, responsável por 48% do lançamento de gases poluentes na atmosfera, segundo o relatório Sistema de Estimativas de Emissões de Gases Efeito Estufa (SEEG).
Para o colaborador é possível extrair mais produtividade e é um item importante para retenção de talentos, uma vez que ele enxerga o fretamento como benefício. Um levantamento feito pela Associação Nacional dos Procuradores de Trabalho (ANPT) mostrou que, ao passar cerca de 80 minutos no deslocamento para o local de trabalho, o trabalhador tem queda de até 21% em sua produtividade.
Ao focarmos no transporte público, temos outro ponto importante que é o deslocamento em massa. Como as cidades se desenvolveram a partir de zonas centrais do que temos hoje, o transporte foi se desenvolvendo de maneira radial, ligando as zonas metropolitanas/periféricas para as zonas centrais. Atualmente, a realidade é outra, as empresas se desenvolveram para as zonas metropolitanas, porém, a malha do transporte continua igual. Com o fretamento, os transportes customizados otimizam os destinos conforme a realidade de cada empresa e a necessidade de cada colaborador, o que melhora a locomoção desde aqueles que moram nas zonas centrais, como os que moram em locais periféricos.
Para os modelos híbridos de trabalho e no mundo pós-Covid também será positivo, já que as empresas terão um cuidado ainda maior em expor o trabalhador ao transporte público. Ou seja, o tal protagonismo da tecnologia, vem, portanto, não apenas para desenvolver as cidades e melhorar gargalos, mas também para aperfeiçoar todas aquelas soluções que já existem dentro delas.
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