Estudantes do
curso de Tecnologia em Produção Audiovisual pela Universidade de Uberaba,
produziram um documentário curto, resgatando um pouco da história dos indígenas
da tribo dos Arachás, que viveram aqui na cidade, inclusive originando o nome
do município.
O intuito do
projeto era realizar um documentário para a disciplina de produção de vídeo,
com a Professora Celi Camargo. Em nota, os alunos disseram: “Decidimos abordar
como tema a causa indígena, entramos em contato com o Instituto Andaiá que nos
deu toda base de estudos e nos apresentou o Senhor Edson Adolfo, remanescente e
Cacique da Tribo Arachás. Após ouvirmos sua história, não tivemos dúvidas da
importância da produção desse material.
A verdadeira história indígena ela não foi escrita, não há registros e o
documentário tem como objetivo dar voz ao povo Katu Awá Arachás, para que a
comunidade conheça a origem, os costumes e a luta do povo que dá nome ao
município de Araxá e com isso passe a respeitar e a preservar a cultura”.
Os estudantes
entraram em contato com o Instituto Andaia Arachas, ONG que procura reunir
descendentes e resgatar e proteger a cultura indigena dos Arachas. “O convite
de produção do material foi recebido com muita alegria, já que um dos maiores
objetivos do Instituto é resgatar e documentar a história dos Arachás”, disse o
atual presidente da ONG, Germano Cunha Graciano.
Para a
produção do documentário, os alunos contaram também com a contribuição do
historiador dr. Robert Mori, pesquisador das tribos indígenas habitantes do
Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro há mais de dez anos, mestre em tribos
indigenas pela UFTM. A ideia é que uma versão estendida seja produzida, pois o
material é extenso, mas é necessário agora recurso e a equipe deve ir atrás de
patrocínio para angariar fundos para a produção.
A história
O Instituto
Andaia Arachás existe há mais de 15 anos em Araxá e trabalha na cidade para
resgatar e defender os costumes e tradições indígenas, inclusive reunindo
descendentes da tribo dos Arachás. Segundo levantamentos da faculdade federal
de Uberlândia, na região do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, o número de
descendentes dos Catu-Awá-Arachás deve ser em torno de 5 mil. No documentário
produzido, o descendente do cacique Andaiá-Uru, conhecido como Edson Adolfo - e
também como cacique e pajé Karkará-Uru -
é quem traz os relatos que ouviu desde a sua infância, história contada
pelos seus avôs e ancestrais, que repassaram também conhecimentos de plantas
medicinais, costumes e tradições.
Catu-Awá é o
nome em tupi para os chamados cataguases, e Arachás é a região que esse povo
habitava. A tribo que fez morada em terras Araxaenses, descendia de uma tribo
Catu-Awá de Bambuí (que inclusive também é um nome indígena). A tribo por lá
cresceu, a caça ficou pouca, foi necessário achar um novo lugar. Esses índios
saíram de Bambuí e andaram pela Serra da Canastra até a serra da Bocaina, onde
se depararam com um planalto, local esse de onde podia se avistar tudo,
inclusive o nascer do sol. Quem batizou e deu nome a esta terra foram eles,
pois Arachás significa “lugar alto de onde primeiro se avista o sol”. Por muito
tempo essa região ficou conhecida como o Sertão dos Arachás, pois todos davam
notícia do povo bravo e guerreiro que habitava aqui, uma região muito rica.
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