Por Armindo Maia
Homem
simples de origem humilde e de família modesta, o araxaense João Raimundo da
Mota, mais conhecido como ‘Periquito’ tem história e fama, quando o assunto são
as corridas de rua, maratonas e provas de pedestrianismo em Araxá, região e
vários Estados Brasileiros. Hoje aos 74
anos de idade Periquito, é figura importante na história do esporte local, que
merece respeito e honras, ainda que no outono da vida ( 74 anos ) e com algumas
limitações físicas e falta de apoio ( patrocínio) ainda corre, participa de
competições Brasil a fora, sempre levando com orgulho e respeito o nome de
Araxá, sua terra natal com toda galhardia. Para se ter uma idéia de seu valor e
desempenho, Periquito, mais uma vez, foi
destaque na famosa Prova da São Silvestre, realizada no final do ano passado em
São Paulo. Com brilho e destaque o
lendário e veterano João Raimundo da Mota,
completou sua 29ª São Silvestre. Periquito correu na categoria acima de
60 anos e chegou em 27º lugar. Muito emocionado e orgulhoso por mais uma
maratona concluída, revelou, em prantos que, “desde 1975, quando comecei a correr, já
participei de muitas provas no Brasil inteiro, mas essa foi especial e muito
importante para mim, pois foi a primeira corrida que disputei depois de
perder a minha fiel e amada esposa. Ela faleceu recentemente e sempre foi uma
campeã na minha vida.” O Veterano e incansável atleta, sempre faz questão
de lembrar da importância da saudosa esposa Neuza em sua vida do corredor. Sempre que ele toca no nome da eterna e sempre
companheira, ele se emociona e conta que a companheira Neuza, foi uma ferramenta de Deus que apareceu
em sua vida e foi muito importante na fase mais real e verdadeira de sua vida
como atleta e ser humano.
Desafiando o tempo: veterano maratonista araxaense corre atrás de novo
recorde
Na história do atletismo araxaense, Periquito,
sempre foi nome é exemplo de dedicação e
persistência ao esporte. Hoje ele se reveza entre a casa que tem em Brasília e
Araxá, onde pelo menos duas vezes a cada
mês vem visitar a família e os amigos. Ele revelou à reportagem da ‘REVISTA
ARAXÁ, que antes de se aposentar como atleta ainda pretende quebrar um recorde
pessoal. “ Eu pretendo no final de 2017 participar da prova Internacional da
São Silvestre e completar minha 30º corrida seguida lá na capital Paulista,
como único atleta de Araxá e um dos poucos do Brasil a completar essa marca. Mas eu só quero parar de correr quando Deus
não permitir mais. O esporte é a minha vida”. Hoje aos setenta anos, aposentado com um salário
mínimo, sem apoio ( patrocínio ) e com pouca visão ( perdeu quase oitenta por
cento da capacidade de enxergar em um acidente de trabalho em uma empresa da
cidade ainda na década de 1970 ), Periquito é implacável e persistente ao
desafiar o tempo e suas limitações, correndo em busca de saúde, qualidade de
vida e dando uma lições para muita gente nova. A gloriosa carreira de João
Raimundo da Mota, começou nos anos 1958.
Ele disse que pegou gosto pelas corridas
ainda criança, quando fazia suas caminhadas até o Barreiro para pescar. “Eu
tinha muito preparo físico e, como era trabalhador braçal de roça e da
construção civil, eu era muito forte e tinha muita energia. Eu fui incentivado,
no começo, pelo professor Alberto Parreira Borges, o Parreirinha, que me
orientava e dava dicas de alimentação correta, postura e como me portar nas
competições”. Periquito, ao logo da carreira, disputou centenas de provas e
maratonas de longa distância por todo o Brasil. Ele conta que ganhou muitas
provas em Brasília, Uberlândia, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O maratonista
sempre foi especialista em provas de longa distância. “Minha especialidade
sempre foi velocidade e resistência. Sempre muito bem-humorado e falastrão, o
corredor, que também é apaixonado pelo time do Cruzeiro, revela que não tem
planos para encerrar a carreira. “Correr é a minha vida, é saúde e me mantém em
forma e de bem com a vida. Quero mostrar
que o esporte é capaz de mover sonhos e transformar a vida de muita gente. Eu treino e corro todos os dias e
só vou parar quando Deus encerrar de vez
a minha corrida aqui na Terra.” Entre aqueles que sempre acreditaram e deram
forma em todas as horas ao corredor e vencedor Periquito, ele não deixa de
lembrar dos amigos sinceros da Papelaria Rio ( Centro Rio) e hoje com o fiel
amigo Xicão da Papelaria Brasil de Araxá, que sempre esteve ao lado dele e
nunca deixou de acreditar na força e humildade de um homem guerreiro e vencedor
pela fé e crença em Deus, sem medo dos novos desafios e percursos que a corrida
da vida ainda lhe reserva.
Revista Araxá
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